O Conselho das Estrelas - Volume 01 - Bem Vindos ao Conselho! - Capítulo 02

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Supernova.

O que você faria ao saber que morreu? O fato de abandonar o plano físico e entes queridos não é algo fácil de digerir, e isso rendeu uma série de reações variadas. Há aqueles que cederam a miríade de pensamentos autodepreciativos, enquanto a raiva assumiu o controle de outros. Cosmo foi obrigado a ver todas elas. 

Durante sua carreira como professor, nunca viu um simples novato ficar tranquilo ao descobrir a verdadeira natureza das estrelas. O tópico atuava como um agente do caos quando era mencionado, e agora, não conseguiria manter o semblante de confiança por muito tempo. 

As coisas deram errado logo na primeira aula. Seria tolice esperar que Laurindo, Sugiru e Luna ficassem conformados em deixar suas vidas na terra para trás, porém, o velho e carrancudo Epaminondas manteve a testa franzida, encarando Cosmo com um olhar afiado a medida que cutucava as mechas do bigode grisalho. 

— Então… Essa é a melhor mentira que pôde inventar? 

— Seu ceticismo é notório, Doutor Epaminondas, mas não tomaria tanto cuidado com as palavras se estivesse mentindo. Eu geralmente poupo meus alunos dessa revelação no início do período letivo, mas as coisas tomaram um rumo… Diferente do que planejei.

— Eu sei bem — o velho zombou — Você pensou que eu iria seguir o roteiro como se não tivesse a mínima ideia do que está acontecendo. Apenas pare de adiar o inevitável e tire a gente daqui! 

— Pela última vez, ninguém pode sair do Conselho das Estrelas! Vocês fazem parte da nossa corporação agora, e devem assumir seus papeis na preservação da galáxia. 

— Quer dizer… Que nunca mais veremos as nossas famílias? — questionou Luna, convencida com as palavras do professor. 

— Não é verdade. Elas serão convocadas eventualmente, mas não garanto que vão atuar nos mesmos setores que vocês. 

— M-Mas, eu iria mudar o meu nome amanhã, ter uma vida diferente — disse Sugiru — Agora, minha chance já era…

Cosmo reparou a turbulência no semblante do rapaz, os olhos se forçando ao máximo para conter a tempestade que ameaçava se alastrar pelo rosto. Ele tinha sonhos e ambições, planejava conquistar a felicidade mesmo que as habilidades sociais fossem o maior obstáculo. Agora, saber que está morto estilhaçou a última fagulha de esperança que lhe restava. 

Luna encarava a tela do celular de maneira viciosa, pressionando os botões com todas as forças e, em pensamento, orava para todas as divindades possíveis na expectativa de fazê-lo ligar. Se não conseguisse mergulhar no oceano ilusório das redes sociais, iria refletir sobre como seus quinze anos de vida deveriam ter sido bem utilizados.  

Ambos pareciam perdidos na nova realidade que os circundava, e precisavam do máximo de apoio possível. Apenas uma pessoa era capaz de ajudá-los. 

    — Quando recebi a notícia, foi como se tudo ao meu redor não fizesse mais sentido. A morte é o fim da história, o golpe de misericórdia para os sofredores e injustiça àqueles que tinham muito pelo que viver. Mas, ao ingressar no Conselho das Estrelas, entendi que se trata de um novo começo. 

Mais uma vez, o quarteto fixou o olhar no rapaz elegante, intrigados com o que tinha a dizer: 

— Vocês quatro foram marcados por assuntos inacabados, oportunidades desperdiçadas… Mas isso não define quem são de verdade, e sim, o que farão depois! Eu estou aqui para ajudá-los a descobrir suas aptidões e dar uma segunda chance. Iremos enfrentar todos os desafios juntos, como uma verdadeira turma, eu só peço que confiem… 

    — Chega, para mim já deu! — gritou Laurindo, chamando a atenção de todos — Eu não vou ficar ouvindo esse charlatão o dia todo. Vou sair dessa espelunca sozinho! 

Os grunhidos de dor eram notórios, mas as rachaduras na carteira denunciavam o plano do fisiculturista. Veias saltavam para fora dos braços, os músculos pressionados ao limite até que a prisão de cunho educacional fosse reduzida a meros destroços. 

Laurindo sentiu que poderia cortar o tecido da realidade se tivesse vontade, e naquele momento, não teria pena de quebrar os belíssimos vitrais da cúpula se aquilo lhe desse o passaporte de ida para a liberdade. 

— E-ei, me leve com você, grandalhão! — Luna suplicou pela ajuda do fisiculturista, os olhos marejados ao ver que o anjo responsável por sua libertação vestia o uniforme de empregada doméstica. 

— Salve-se você mesma! Eu não tenho tempo a perder com garotinhas estranhas como… 

Quando se virou, viu que os olhos daquela garota tinham uma luz tão dourada quanto o sol poente, e se intensificou à medida que ela chamava pelo seu nome. Sugiru e Epaminondas não perceberam de imediato, mas Cosmo sabia que aquilo era tudo, menos um bom sinal. 

 Luna focou o olhar no rapaz e levou cerca de três segundos para os efeitos anômalos virem à tona. Os músculos enrijeceram ao ponto de paralisá-lo em uma posição dramática, com os braços esticados em sinal de clemência. 

A careta de desespero foi eternizada na superfície de pedra maciça, como uma verdadeira estátua. 

…

— Tá amarrado! Mantenham essa coisa longe de mim! — disse Epaminondas ao mancar para um canto distante da cúpula. A careta de espanto ao ver o conceito de magia ser colocado em prática de uma maneira rápida e absurda. 

    A menina da saia quadriculada ficou tão paralisada quanto Laurindo. Não conseguia desviar os olhos daquela “obra de arte”. Bastou um simples olhar e alguns segundos para transformar uma pessoa inocente em pedra, tal qual a criatura mitológica que desgraçou a vida de todos que ousaram cruzar seu caminho. 

    A julgar pela facilidade do professor em manipular hologramas, ela deveria ter cogitado a possibilidade de usar magia também. Isso seria uma conquista inimaginável para uma pessoa amante de histórias fantasiosas e que sempre desejou fazer tudo que a realidade mundana não permitia. 

Para Luna, um acidente que iria perturbá-la por toda a eternidade. 

— Como foi que fez isso? — exclamou Cosmo, apoiando as mãos nos ombros da garota. Ele não sabia se ficava contente com a surpresa, ou se deveria se preocupar. 

— Eu olhei para ele… Eu só olhei para ele… 

— O-o que vamos fazer? Ela vai transformar todos em pedra! — berrou Sugiru, recuando alguns passos. 

    — Não se preocupem, minhas Estrelinhas. Eu tenho o equipamento necessário para lidar com esse tipo de situação! Por hora, vamos adiar nossa primeira aula e… 

    — Isso tudo… É culpa minha… — A voz da pequenina era trêmula, a cabeça abaixada como se não tivesse forças para lidar com a confusão que causou. 

— Não fale assim, Luna. Você despertou seus dons mágicos mais cedo, isso é algo comum de acontecer entre os novatos. 

— Ele… Será uma estátua para sempre! Você só está falando isso para que eu me sinta menos culpada.

    — Eu acabei de dizer que vamos resolver esse problema, minha querida. O Laurindo vai receber o tratamento adequado e vai ficar bem, então fique tranquila, você não tem que se culpar por nada! 

Cosmo desviou o olhar por alguns segundos. Uma sensação incomodava deu a impressão que suas palavras não estavam surtindo o efeito desejado em Luna. Na verdade, serviram de combustível para o caos se alastrar de maneira física. 

    A pele tomou uma tonalidade amarelada, enquanto pequenas rachaduras se formam lentamente ao redor do corpo. A respiração ofegante, como se tentasse colocar alguma coisa para fora e não sabia como fazê-lo. 

— Eu sou apenas um fardo, para todo mundo… Nem mesmo com uma segunda chance pude fazer alguma coisa certa. Eu sou…

    Os elásticos que formavam as duas marias-chiquinhas foram arrebentados em resposta ao crescimento desproporcional do cabelo de Luna. As mechas já se arrastavam pelo chão e não davam indícios de quando iriam parar, a coloração de rosa chiclete substituída por um tom vívido de azul claro. 

O rosto de Cosmo empalideceu ao ver a nova tonalidade se alastrar pela franja da pequenina até o restante do couro cabelo, da mesma forma que as rachaduras fizeram o trabalho de fraturar o corpo por completo. Ele sabia que efeito anômalo estava a atormentando, e tinha a obrigação de pará-lo o quanto antes. 

— Não se renda a esses pensamentos, Luna. Você é melhor que isso! — disse ao segurar as mãos da pequenina, que tremiam mais que um terremoto voraz — Haja o que houver, vou estar aqui do seu lado, vou te lembrar quantas vezes forem necessárias de que você não é… 

— Eu sou um monstro! — E de repente, as palavras de motivação e a esperança foram pelos ares. 

…

    As mesas, carteiras e o próprio Cosmo foram arremessados para longe graças ao grito de Luna, que gerou uma onda de choque tão forte que reduziu os vitrais da cúpula a pequenos fragmentos luminosos. 

O rapaz se chocou com um dos pilares de sustentação, o sobretudo elegante comprometido pelo acúmulo de poeira e cacos de vidro. Depois de algumas tossidas, encarou a pequenina da saia quadriculada de forma atônita, como se presenciasse uma possessão demoníaca em primeira mão. 

    Pelo menos, era isso que se passava na cabeça de Sugiru e de Epaminondas, retraídos em um canto aleatório do local enquanto o instinto de autopreservação buscava um lugar seguro para se esconderem. 

    — Fiquem embaixo da minha mesa! — ordenou Cosmo, com uma entonação autoritária — Vou resolver essa situação. 

Os dois acataram o comando sem questionar, e ao mesmo tempo, o professor aproveitou que Luna estava distraída com tudo que restou das carteiras para revirar o mundaréu  de aleatoriedades em sua fiel colega de trabalho: a maleta, posicionada em cima da mesa. 

Dentre conjuntos de loções de conteúdo indecifrável, páginas de anotações e escovas para sapatos, os olhos do professor focaram em um objeto cilíndrico no compartimento esquerdo. Sua aparência era idêntica ao cassetete, utilizado por policiais no intuito de imobilizar criminosos sem o uso de armas letais. 

— Certo, lembre-se do protocolo de segurança…

Primeiro, Cosmo se concentrou em bloquear a entrada da cúpula. Em seguida, identificou a localização de Luna e seu estado atual. 

As carteiras de cristal não passavam de meros pedaços de rocha, moldados a partir do olhar sobrenatural. Insistiu em tapar o rosto por completo, para garantir que ninguém mais se machucasse. 

Isso não iria apaziguar o caos fluindo em cada fibra de sua composição. As mechas azuladas tremulavam por vontade própria, como se o cabelo fosse tomado por um ninho de serpentes. Era sinal de que alguma coisa estava para acontecer. 

Outra onda de choque? Cosmo não queria descobrir, por isso, precisava utilizar a arma. O receio lhe atingiu em cheio ao empunhá-la, o resultado da advertência estampada na base, dizendo: Mantenha as coisas em seu devido lugar, sem hesitação!

Assim que pressionou o botão situado acima da frase, uma esfera na parte superior acendeu, soltando fagulhas azuladas ao seu redor. Ele sabia o que precisava fazer, e não gostava de imaginar a dor que Luna teria ao receber aquela carga de energia. 

— Está esperando o quê? Imobilize aquela criatura, agora! — ameaçou Epaminondas, colocando a cabeça para fora da mesa. 

— Mas ela é só uma criança… 

— E isso importa? Ela já está perdida! Nada disso estaria acontecendo se não fosse por sua causa, seu professorzinho imbecil! 

Desde que acordou, Epaminondas não mediu esforços para criticar o trabalho do professor e suas palavras carregavam uma pitada de verdade misturada ao deboche e ceticismo. Ele ficou tão confiante que, desta vez, nada e ninguém iria atrapalhar a integração da mais nova turma ao Conselho das Estrelas, e baixou a guarda cedo demais. 

Que sentido tinha em continuar tentando agora que haviam alcançado o ponto sem retorno? Bastava um choque do bastão e aquilo teria um fim rápido. Era o certo a se fazer, e mesmo assim, o rapaz de cabelos loiros queria acreditar em outra maneira de trazer a pobre Luna de volta para a luz. 

Ir contra os protocolos de segurança não era a opção mais efetiva e bem aceita por todos os membros da corporação, mas naquele momento, nada mais preocupava Cosmo que a integridade da garota e dos demais alunos. Com um olhar determinado, guardou o bastão na maleta, apanhou outro item e caminhou para o centro da sala. 

— Ei, você esqueceu o bastão. Volta já aqui! 

— O-o que ele vai fazer? — questionou Sugiru, ponderando se colocava a cabeça para fora da mesa ou usaria a imaginação para decifrar as ações do loiro. 

Os passos eram lentos e pesados, as costas lutando para manter a postura ereta graças a colisão contra a pilastra, mas Cosmo seguiu adiante. 

Uma sensação de calor preencheu o recinto à medida que se aproximava de Luna. Estava sentada de bruços, as mechas de cabelo determinadas a atacar quem estivesse no caminho. Não conseguia se concentrar em outra coisa além das palavras que se repetiam como um disco de vitrola riscado. 

— Eu sou um fardo, ninguém gosta de mim, por que eu erro tanto assim? 

— Com licença, Luna — Cosmo interviu, cortando a linha de raciocínio da menina — Eu gostaria de te mostrar uma coisa…

— Saia daqui, eu sou perigosa! — E como se tivessem recebido uma ordem direta, as serpentes azuladas atravessaram o corpo do professor, o dissolvendo em milhares de partículas azuladas. 

Epaminondas e Sugiru ficaram de queixo caído com a eficiência assustadora daquelas mechas, pois Cosmo nem teve a mínima oportunidade de reagir. O espanto durou pouco tempo, e o alívio se instaurou assim que as partículas remodelaram a sua imagem, mostrando que nenhum dano foi recebido.

— Você não vai me machucar. Eu acabei de te conhecer, mas… Sei que jamais faria mal a qualquer pessoa — Com bastante sutileza, o rapaz se sentou ao lado da pequenina, e retirou um objeto de vidro no bolso do sobretudo — Sabe me dizer o que é isso?  

— Um frasco, c-com um líquido estranho… — Luna virou a cabeça com cuidado, de modo que pudesse enxergar a mão do professor por um breve momento.

— Esta é a Loção do Amor Verdadeiro Para Corações Rígidos. O nome é um tanto esquisito, mas é uma poção capaz de amolecer superficies rigidas, inclusive os metais mais sólidos do universo. Vamos usá-la para cuidar do Laurindo, e gostaria que você fizesse a aplicação. 

— E-Eu? Nem pensar! Eu só iria atrapalhar tudo de novo, é melhor você fazer isso que está mais habituado com… — Mais uma vez, a tempestade de pensamentos ruins foi interrompida assim que o professor colocou a mão direita sobre o seu ombro, passando uma breve sensação de segurança. 

— Eu vou te ensinar, é mais fácil que correr de bicicleta num dia chuvoso. 

No fundo, os instintos de Cosmo martelavam que o perigo era muito grande, mas não havia espaço para dúvidas, receios ou arrependimentos quando precisava ser aquilo que o Conselho lhe designou: Um professor. Com muita gentileza, ajudou a pequena Luna a se levantar, e segurou a sua mão durante a ida até a estátua do fisiculturista. 

A respiração da aluna se manteve acelerada, qualquer tropeço ou oportunidade do cérebro processar uma palavra de autodepreciação seria o bastante para outra onda de choque. Mas, parecia conformada em ser guiada pelo jovem de trajes elegantes, e quem sabe, corrigir seu grande erro. 

Olhar para a figura petrificada de Laurindo era como procurar a beleza em uma exposição trágica de museu, que uma vez liberta, teria inúmeras maneiras de afirmar como ela não passava de… 

— Fique tranquila, apenas se concentre na minha voz — orientou Cosmo, que estava logo atrás da garota — Tudo que precisa fazer é abrir o frasco, e jogar sobre a superfície de pedra. 

— V-você tem certeza que me deu a poção certa? Não está tentando me enganar como o doutor de nome engraçado falou, né?

— Se isso for um truque para te ludibriar, pode me transformar em pedra também. Mas só há um jeito de descobrir! 

O líquido rosado tremulava nas mãos de Luna, o corpo demonstrando que não era capaz do ato mínimo de derramá-lo na estátua. Mas, ao ser recepcionada pelo semblante gentil e atencioso de Cosmo, teve a confirmação de que nenhum julgamento seria feito caso errasse. 

Então, fechou os olhos e reuniu o máximo de determinação para jogar o frasco inteiro na direção da estátua. O vidro foi estilhaçado e a loção espalhada pela pedra maciça, levou alguns segundos até que os efeitos viessem à tona. 

— Isso é… — Os olhos de Luna brilharam ao ver marcas de batom surgindo de forma periódica. 

— Bem exótico, não acha? Mesmo que a poção tenha sido aplicada em uma parte da estátua, o seu efeito irá se alastrar pela estrutura completa até que a rigidez seja removida. É questão de tempo para o Laurindo voltar ao normal. 

— Parece um enxame de mosquitos carinhosos… Isso é um máximo!

— Sim! E tudo graças a você, pequena Luna, hoje despertou seus dons mágicos e utilizou uma poção de amolecimento pela primeira vez. Ainda tem muito o que melhorar, mas estou orgulhoso pela iniciativa, além de ser grato pela confiança. Muito bem! 

— Eu… me saí bem? — Aos poucos, o cabelo voltou ao seu tamanho original, e as rachaduras desapareceram por completo. Luna podia respirar com tranquilidade, sem que pensamentos intrusivos pudessem a atormentar. 

Os outros alunos saíram de trás da mesa, cientes que a sensação de perigo havia passado. Epaminondas tinha elaborado inúmeras frases sobre o seu retorno catastrófico aos “dias de escola”, mas viu que não estava no direito de falar nada quando tudo que fez foi reclamar. 

— Você se saiu muito bem, minha pequena, e vai saber o que mais poderá fazer caso se dedique aos estudos! O mesmo vale para vocês dois — disse Cosmo, convidando Sugiru e Epaminondas para perto — Tivemos um começo bastante turbulento, mas como falei anteriormente, vamos enfrentar isso juntos. Tudo bem? 

— Talvez, v-você tenha razão — respondeu Sugiru, mantendo a relutância. 

— Bom… Até que você não é tão… — Epaminondas estava prestes a demonstrar um pouco de compaixão quando uma sensação angustiante lhe atingiu em cheio, o fazendo cair no chão. 

Faíscas circularam pelo corpo do idoso por um breve momento, indicando que foi eletrocutado pelo mesmo bastão que Cosmo deveria ter usado contra o descontrole de Luna. Num piscar de olhos, a pequenina e o asiático do paletó surrado também cairam, deixando Cosmo na completa solidão. 

Ou pelo menos, era o que pensava antes de ver um exército de luzes ao redor da cúpula. 

— Esperem, não precisam agir dessa maneira com eles! — O professor clamou — Eu posso explicar tudo, só não… — Seja lá quem estivesse por ali, não estava interessada em explicações de última hora, e o nocauteou sem qualquer cerimônia. 

Antes que sentisse o gosto amargo de poeira e o mundo cair na escuridão mais profunda, uma voz ficou se destacou nos últimos segundos em que a audição estava funcionando. A entonação calma, mas carregada do cansaço de ter visto a cena se repetir inúmeras vezes, sem expectativa de um final definitivo. 

— Parece que as coisas deram errado de novo, meu velho amigo… 

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