Os Contos de Anima - Volume 1 - Capítulo 01.2

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Kaella se viu surpresa por um momento ao notar que os palpites da criança estavam absolutamente corretos! Mesmo que não tivesse conhecimento completo das especificidades de cada espécie ou até mesmo a noção do quanto ofenderia essas espécies com as grosserias que disse, ele extrapolou corretamente cada uma das espécies com o pouco que ela dissera. Ela redobrou a atenção na criança por alguns instantes e sorriu, era muito bom encontrar um filhote humano que era capaz de um raciocínio tão bom.

 

“Ensinar esse aqui pode ser bem mais produtivo que o resto” pensou, ela então olhou para os rostos embasbacados dos demais e viu as expressões pensativas de alguns filhotes Faeram, a expressão vazia de o resto dos filhotes Humanos, a expressão curiosa dos filhotes Gnoma e a expressão de desdém do trio de Alfae sentados logo ao fundo da sala.

 

“Aiai, se ao menos todos fossem um pouquinho mais como esse aqui…” suspirou e então respondeu:

 

— Exatamente… é… Qual o seu nome mesmo, filhote humano? — Ela apontou para a criança que fez as perguntas.

 

— Eu? Ah! Sim! Meu nome é Lucet! — a criança respondeu apressada, rindo nervosa.

 

— Sim… Lucet, você está absolutamente certo, cada um dos que citou é exatamente o que pensou — ela respondeu.

 

Apesar de uma serena expressão decorar sua face, ainda assim Kaella não conseguiu disfarçar uma pitada de irritação nas próximas palavras:

 

— Os “altões” com “orelhas pontudas” que “fazem coisas mágicas” são Alfae, ou como vocês humanos os conhecem, os elfos — então apontou para suas orelhas, um sorriso frio em seus lábios — e como pode ver, eu sou uma destes elfos, portanto, sugiro que não se refira a nenhum da minha raça dessa forma, pois, nem todos são tão tolerantes como eu, filhote de humano.

 

A sala caiu em risadas enquanto o rosto de Lucet brilhava com um vermelho subindo desde seu pescoço até suas bochechas. O riso, porém, durou pouco quando Kaella fitou a classe, desprezo e frieza na voz ao falar.

 

— Então quer dizer que os pequenos idiotas têm coragem de rir do único de vocês que demonstrou o mínimo de cérebro? Entendo… acho então que seria apropriado que os senhores me apresentassem apropriadamente às cinco grandes raças, elucidando minhas questões sobre suas origens, características, geografia e outras especificidades.

 

Os olhos violetas de Kaella pareciam cuspir fogo. Por onde seu olhar penetrante passasse, o afortunado em seu caminho parecia sentir seu corpo em chamas e não conseguia parar de tremer ao ponto de que alguns chegavam a dar micro saltos em suas cadeiras ao encontrar os olhos da mulher.

 

— Ah! Os sábios mestres não se sentem dispostos a partilhar seu conhecimento? Entendo… bem, se houver uma próxima vez que isso ocorra, é bom que consigam responder meus questionamentos, do contrário, espero que estejam preparados para a punição que virá — Disse a elfa com um sorriso frio em seus lábios.

 

Ela então virou seu rosto, que agora continha um olhar gentil, para Lucet.

 

— Fique tranquilo, pequeno humano — ela disse — Aqui em Anansi, dos talentos preciosos, o mais valorizado é uma mente brilhante. Não permitirei que perturbem aqueles que buscam ampliar seu conhecimento.

 

A mão da elfa começou a reluzir por alguns instantes enquanto o livro folheava sozinho, momentos depois ela colocou sua mão reluzente sobre a página em que o livro havia parado. O livro brilhou enquanto a projeção anterior se desfez, a mão de Kaella ficou por mais alguns instantes sobre o livro e quando finalmente a retirou, as páginas amareladas projetaram cinco novas imagens. Eram cinco brasões que representavam as cinco grandes raças e suas nações.

 

O primeiro brasão era uma lua crescente com uma estrela no espaço vazio com “Lumina” escrito em letras azuis reluzentes num pergaminho antigo abaixo da imagem. O segundo brasão era uma árvore com um símbolo que parecia uma chama cravada em seu tronco que pulsava com um brilho dourado, com “Treanna” escrito em letras douradas numa folha verde logo abaixo.

 

O terceiro brasão era uma montanha com uma coroa dourada à frente, com “Magni Aurum” escrito em runas feitas de diamantes cravadas numa tábua de pedra negra. O quarto brasão era um navio negro com uma caveira de olhos escarlates em suas velas, com “Morfell” disposto em letras feitas de ossos amarelados em sua bandeira negra.

 

O último brasão era um escudo azul contendo uma cruz dourada com uma joia vermelha em cada ponta da cruz e duas espadas atrás, uma placa de aço flutuava abaixo do brasão com “Barda” em letras pretas gravadas no metal.

 

— Preparem-se, pequenos, agora vamos dar uma volta em alguns lugares muito interessantes.

 

Sua voz mal teve tempo de ecoar na mente das crianças quando Kaella apontou para o primeiro brasão, com um certo orgulho transparecendo em seu rosto. O brasão cresceu e explodiu numa chuva de cores, um forte vento soprou dentro da sala e, a mesma, desapareceu deixando apenas os trinta pares de mesas e cadeiras e seus usuários, além da mesa e cadeira da instrutora.

 

Em primeiro momento o pânico tomou conta do lugar pois tudo estava escuro, mas antes mesmo que qualquer um dos pequenos pudesse gritar em protesto, a sala se viu no meio dos ares, sobrevoando aquilo que só podia ser descrito como um grande raio de luz no formato de uma cidade.

 

Tantas e tão intensas eram as luzes do lugar que, se não fosse pela interferência de um filtro que Kaella havia colocado no ambiente, os alunos jamais seriam capazes de distinguir qualquer coisa além de um majestoso castelo que existia no ponto mais alto do lugar. A cidade continha diversas torres imensas com plataformas aéreas que serviam de cais para as dezenas de aeronaves que entravam e saíam da cidade cercada de um céu arraigado de luzes multicoloridas, deixando para trás o zunir energético de motores poderosos movimentados por magia.

 

— Povoando os céus em suas fortalezas voadoras, negociando com todas as raças, os Alfae, além de mestres arcanos, são relativamente pacíficos. Um tanto orgulhosos de sua excelência mágica, desrespeitá-los sem uma excelente razão ou um poder suficientemente grande geralmente leva a muitos problemas. Preferindo a diplomacia e a cultura, além da constante pesquisa e desenvolvimento das artes mágicas e a ampliação do conhecimento, estes mestres são uma raça tão prolífera em suas viagens que quase podem ser chamados de nômades, e, mesmo tendo grande parte de sua população espalhada por toda Anima, eles têm como morada permanente a região mais ao leste de Inanis. Conhecida por sua magia esplendorosa, o continente da luz eterna é a casa destes mestres, seu nome, Lumina. Sua capital onde estamos “sobrevoando” neste exato momento se chama Alta Lustra — ela explicou, antes de comentar — E como já puderam notar eu e os três pequenos Alfae ao fundo somos descendentes desta terra.

 

Kaella observou as crianças que estavam todas com olhos arregalados e totalmente silenciosas. Não sabia se era por causa da magia holográfica que estava usando ou se a informação realmente era tão impressionante para elas, mas estava contente em ver o interesse delas.

 

— Tenho certeza que a vista é impressionante e que vocês têm diversas perguntas para me fazer, porém, nossa viagem pelo mundo está longe de acabar. Como nosso tempo é curto para apresentar tudo, irei priorizar a exposição do conteúdo e, após o término, caso tenham questões e nosso tempo seja suficiente, responderei suas dúvidas ao melhor de minhas habilidades.

 

Depois a elfa apontou para o segundo brasão, e apesar do papel sério que deveria manter com uma respeitada instrutora de Elysium, ainda assim, não conseguia esconder o quão prazerosa esta exibição estava sendo para ela, um leve sorriso constantemente decorando os cantos de sua boca. Mais uma vez, o brasão explodiu em cores e um forte vento soprou sobre a sala, deixando-a novamente escura enquanto o ambiente se preparava para mudar.

 

Desta vez, porém, a revelação foi muito mais silenciosa. Primeiro vieram sons de zumbidos, acompanhados instantes depois por pios que logo foram seguidos por uma infinidade de sons que inundaram as mentes dos pequenos.

 

As imagens foram aos poucos sendo construídas, e, para a surpresa dos alunos, não havia nenhuma cidade à vista, apenas uma colossal árvore cuja copa parecia querer alcançar o próprio sol de tão alta que era.

 

Ao redor dela, um mar de verde com incontáveis exemplares da vida em todos os formatos, seja das revoadas de pássaros de várias espécies que sobrevoavam a imensidão verde ou a própria massa esmeralda composta de tantas plantas diferentes que era simplesmente impossível dar um número exato de quanta diversidade existia naquele lugar ou às feras escondidas sob a flora cujo os tamanhos e rugidos faziam o verdume infindável tremer.

 

Apesar daquilo ser apenas uma projeção, ao contemplar o local, dez alunos respeitosamente baixaram suas cabeças e depois emitiram sons que imitavam as poderosas feras da floresta. Alguns alunos chegaram a reclamar e protestar contra os dez e seus “ruídos” mas Kaella apenas os ignorou e assentiu à homenagem dos alunos Faeram por alguns instantes antes de silenciá-los.

 

— Renomados guerreiros que são conhecidos por trabalharem como aventureiros, mercenários, gladiadores e médicos, os Faeram são a raça mais combativa e espirituosa entre os povos de Anima, podendo ser facilmente vistos tanto em terra, mar e ar. Excelentes artistas marciais e mestres das artes druidas, reconhecidos por suas habilidades no uso de itens naturais, eles têm como morada permanente a região mais ao oeste de Inanis — ela explicou antes de apontar um dedo para a grande árvore — Conhecida por sua abundância interminável das mais diversas plantas, feras e produtos naturais, a floresta da vida é a casa destes seres e seu nome é Treanna. Sua capital existe no corpo, galhos e copa da maior árvore do mundo e dá origem ao centro da civilização Faeram, seu nome é Jungla Iroko.

 

— E como já foi apontado pelo pequeno Lucet — ela continuou — Estes são aqueles que compõem a maioria da guarda da vila e alguns dos médicos e enfermeiros do hospital local.

 

Ao apontar para o terceiro brasão, a expressão da elfa mudou e agora continha um tipo de respeito e orgulho que seus olhos exuberavam quando fixaram o olhar por alguns segundos no anel escuro adornado com uma joia azul e runas brilhantes que decorava seu dedo anelar. O brasão desta vez não explodiu e apenas se desfez numa névoa escura que logo cobriu toda sala, deixando-os todos na escuridão da transição.

 

Logo, apesar do espaço permanecer escurecido inicialmente, luzes começaram a surgir antes de revelar o brilho de dezenas de milhares de cores que decoravam o “céu” acima que, após alguns instantes, iluminaram a civilização abaixo. Milhares de soldados de armaduras reluzentes populavam os topos dos muros que circundavam a cidade com torres que eram armadas com balestras carregadas de flechas de metal negro.

 

Todos eram Gnoma e, assim como sua cidade, pareciam indestrutíveis apesar de sua estatura, projetando uma imagem de serem tão imensos quanto as rochas que compunham o muro que protegia o local.

 

Neste lugar, cinco crianças cuja estatura era muito menor que as outras começaram a urrar e bater em suas mesas, falando coisas numa língua que certamente só alguém que fosse capaz de se comunicar como o povo Gnoma entenderia.

 

Apesar de não entenderem, as crianças perceberam que os cinco pequenos estavam muito felizes por ver este local que deveria ser, elas concluíram, um lugar de muito orgulho da raça daqueles pequeninos.

 

— Mestres da forja e da construção, os Gnoma são uma raça curiosa e de muitas expertises. Engenhosos e leais, eles podem ser vistos em todo tipo de empreitada que envolve ouro, pedras preciosas ou qualquer tipo de metal raro tendo como morada permanente a região mais ao norte de Inanis onde sua especialidade na criação de instrumentos mágicos e encantamentos é revelada com toda sua potência que até mesmo os Alfae não são capazes de superar — Kaella falou empolgada — Abaixo da região rica em elevações geológicas, mundialmente reconhecida pelo reluzir de seus metais e gemas das mais diversas cores, o reino subterrâneo de Magni Aurum é sua casa. Onde estamos neste momento é sua capital reputada por ser inviolável que fica no centro de toda a civilização subterrânea do povo Gnoma, a indestrutível Aeter Adamas.

 

— As contribuições do povo Gnoma para a evolução da tecnologia e da magia como um todo são imensuráveis. Até mesmo o mais tolo dos Gnoma ainda é digno do nosso respeito, pois, como é sabido, sem as inovações trazidas pelas brilhantes mentes destes mestres Anima seria drasticamente diferente, e, apesar de modestos, eles conhecem e prezam muito os méritos de sua raça e não aceitam qualquer distrato. Saibam que ofender um Gnoma pode virtualmente sentenciar qualquer plano comercial ou empreendimento que possua a basicamente uma extinção imediata.

 

Em vez de continuar com a explicação como havia feito com os três primeiros brasões, ao chegar no quarto Kaella hesitou. Para as crianças, aquilo apenas era uma pausa para respirar ou para que pudessem digerir a torrente de informações à qual foram expostos, mas, somente a elfa sabia a verdadeira razão de sua pausa.

 

Seus olhos desfocados pareciam tremer e uma certa angústia passou por um instante por sua expressão. Após alguns minutos respirando um tanto mais fundo que o normal, Kaella se recompôs de sua relutância e continuou.

 

Ela apontou para o quarto brasão, explodindo-o de uma forma perceptivelmente mais violenta que as anteriores, de forma que este liberou um forte vento que veio acompanhado de raios que dançavam por entre as mesas. As crianças ficaram assustadas e começaram a gritar de medo, porém, com apenas o erguer de uma mão, Kaella retornou o silêncio tanto aos alunos quanto ao ambiente, e, mais uma vez, a escuridão os cobriu novamente.

 

A visão que os recebeu a seguir foi algo que, apesar de ilusório, aterrorizou a todos os estudantes. Primeiro, o som do rugir de uma furiosa tempestade colidindo contra um mar igualmente enraivecido seguido do despencar ensurdecedor de relâmpagos que partiam a escuridão do céu repleto de nuvens negras.

 

Instantes depois, a imagem de dezenas de ilhas que se erguiam do mar como espadas feitas de pedra, pontiagudas e mortais surgiu no espaço. Ao redor, por entre as ondas do mar revolto, centenas de navios negros batalhavam entre si e contra colossos marinhos capazes de afundar as naus com facilidade que se encontravam incapazes de fazê-lo por causa da constante retaliação das embarcações sombrias.

 

Iluminadas pela incessante salva de explosões e tiros dos milhares de canhões, as naus pareciam dançar ao compasso da valsa violenta que tingia os mares de sangue negro. As criaturas tinham escamas tão grandes e resistentes que qualquer uma delas poderia ser facilmente transformada num escudo.

 

Seus dentes eram tão imensos e afiados que mais pareciam lanças de ossos presos à boca. Já o tamanho de cada besta era tal que apenas essa qualidade era suficiente para devorar cada barca num único bote. Apesar do ambiente todo ser apenas uma projeção, os pequenos ainda tremiam, calafrios percorrendo seus corpos na vista de tamanha carnificina e violência.

 

Kaella os fitou, pena visível em sua expressão. Apesar de cruel, a Alfae considerava este tipo de visão absolutamente necessária para os pequenos. O mundo nunca foi um lugar seguro e amigável quanto estes pequenos obviamente acreditavam, e portanto, era melhor que fossem expostos a isso o quanto antes para que pudessem reagir apropriadamente diante destas situações.

 

— Furtivos e letais, mestres do assassinato, geralmente conhecidos e repudiados por sua maestria nas artes da alma, os Durza são uma raça traiçoeira. Leais nem mesmo aos seus aliados, individualistas e inescrupulosos, nenhum truque sujo é demais para eles e a autopreservação é a lei absoluta destes que conhecem a morte de tão perto e fogem dela com todas as suas forças e têm como residência o cinturão de ilhas que circunda a região de Inanis. Com as temperaturas mais variadas, repleta de catástrofes naturais e perigos das águas tempestuosas, feras fétidas, sanguinolentas e cruéis, a união sangrenta é a casa dessa raça sombria, conhecida como a região negra de Morfell. Onde estamos não é a capital, pois, tal lugar simplesmente não existe no cinturão de Morfell.

 

— Acreditem — Disse a elfa num suspiro exasperado — quando digo “nunca confiem num Durza”, eu realmente quero dizer nunca confiem num Durza. Estes são seres que não hesitariam em matar sua família inteira se isso lhes beneficiasse ou os afastasse da morte por mais um único segundo que fosse. Eles matam sem piscar a qualquer momento se isso for necessário sem diferenciar entre mulher, homem, idoso ou filhote. Todas as vidas não passam de ferramentas para um Durza estender sua própria existência.

 

Finalmente, a instrutora apontou para o último brasão que restava, sua expressão, apesar de mais relaxada, ainda pesada com um palpável desprezo. Este se desfez numa névoa cinzenta, que diferente de todas as outras, carregava um cheiro incômodo de fumaça e óleo queimado misturado com ferrugem e logo, a sala foi tomada pela escuridão enquanto faziam sua derradeira transição.

 

O céu logo clareou acima deles, o sol brilhava e poucas nuvens brancas decoravam o imenso céu azulado que transmitia uma indescritível paz. Abaixo, vastas planícies verdes eram divididas por seis estradas de pedregulho cinzento que iam de encontro a uma cidade repleta de grandes casas, dezenas de lojas de todos os tipos, uma massiva catedral e uma fortaleza de enormes rochas cinzas que eram unidas por uma espécie de massa preta que dava um tom um tanto desagradável à estética do local e que também era usada nos imensos muros que circundavam a cidade.

 

Seis grandes portões de ferro escuro e madeira permaneciam abertos e davam acesso ao seu interior. Estes contavam com a guarda de pelo menos cem soldados por portão, enquanto que os muros eram absolutamente lotados de soldados, tendo ao todo por volta de dez mil apenas no topo dos muros, todos eles com lança em mão e arco nos ombros acompanhado de uma aljava para suas flechas.

 

Todos carregavam também uma espada em suas cinturas e vestiam peças de metal para proteger o crânio, o peito, os braços, mãos, canelas e pés, com o resto da proteção sendo feita com peças de couro e cotas de malha.

 

— Numerosos e engenhosos, eficientes em tudo, porém mestres de coisa alguma, conhecidos por serem a espécie mais populosa, os Humanos são uma raça peculiar. Com um potencial mediano para todas as coisas, nenhuma profissão específica os destaca ou restringe. Eles possuem intelecto que os permite aprender todas as disciplinas e matérias além de uma afinidade medíocre para todas as artes, místicas ou não, os permitindo ocupar praticamente qualquer cargo. Reconhecidos por seus enormes exércitos e seus avanços tecnológicos não-arcanos, seus membros podem ser encontrados por todos os cantos de Anima, e seus rastros e envolvimento em conflitos, escândalos, guerras, inovações e experimentos horrendos são… perceptíveis — ela suspirou — Possuindo como morada permanente as amenas terras ao sul de Inanis, munidos das mais variadas culturas, religiões e organizações que lhes garantem uma imensa diversidade de ideias e grande potencial para progresso, a federação dos quatro grandes reinos humanos é sua casa, seu nome é Barda. Onde estamos agora é a capital localizada e construída especificamente no centro das quatro nações, a capital federativa Concordia.

 

— Se querem saber — ela continuou num tom entediado — Os territórios de Barda contêm coisas muito mais valiosas, belas e poderosas do que essa fortaleza cinzenta. Mas como sempre, os humanos fazem escolhas estranhas que realmente nos fazem duvidar de suas faculdades mentais.

 

Kaella abanou sua mão e a ilusão se desfez como névoa, borrando o espaço e então evaporando instantaneamente, retornando à sala ao seu estado original. Os estudantes ficaram em silêncio por vários minutos, digerindo a enxurrada de informações que haviam recebido.

 

Desde que nasceram na vila Elysium, tudo que conheciam eram apenas as faces familiares dos habitantes do local e, apesar de terem contato algumas raras vezes com visitantes e viajantes mercantes, ainda assim, não tinham a mínima noção de que o mundo poderia ser tão grande ou tão complexo.

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